Artigo
Herança de Aniela Meyer-Ginsberg: promovendo a Psicologia no
Brasil
Azevedo, M. L. B.(*)
Um dos objetivos do Projeto Memória da Psicologia Brasileira
do Conselho Federal de Psicologia é registrar depoimentos da trajetória de pioneiros
da profissão no país, como forma de preservar a memória e colaborar na construção
da identidade do psicólogo. Foram considerados pioneiros aqueles que trabalharam
para a institucionalização da Psicologia nos anos 1940-1950, e que de alguma
maneira tenham incentivado ou mesmo se envolvido na regulamentação da profissão.
É nesse contexto que, privilegiando os psicólogos pioneiros do Estado de São
Paulo, a Comissão História e Memória do Conselho Regional de Psicologia de São
Paulo (CRP-SP) constitui o Grupo de Trabalho História e Memória(1).
O presente artigo faz parte de uma série coordenada por
esta Comissão, que inicialmente pretendia realizar vídeos baseados na história
oral, de modo que a prioridade recairia sobre os pioneiros vivos. Entretanto,
a idéia inicial não obteve êxito e a alternativa, portanto, foi dar andamento
à produção dos projetos apresentados, ainda que tratassem de pioneiros já falecidos.
Em outubro de 2002 foi aceita a proposta enviada ao Conselho
Regional de Psicologia-SP pela Fundação Aniela e Tadeusz Ginsberg, onde coube
à pesquisadora Mônica Leopardi Bosco Azevedo a responsabilidade pela coordenação
do registro, em forma de fita VHS editada, da vida, obra e legado de Aniela
Meyer-Ginsberg. A tese de doutorado defendida em 2002 "A obra de Aniela Meyer-Ginsberg:
uma contribuição para a história da Psicologia Social no Brasil"(2)
conduziu a outros desmembramentos, um deles a proposta do vídeo documentário.
No período em que foi encaminhada ao CRP-SP a proposta do projeto acontecia
também a comemoração do centenário de nascimento de Doutora Aniela Ginsberg,
mais um motivo que veio corroborar para a realização do documentário.
Pesquisar a trajetória de Doutora Aniela(3)
foi um aprendizado prazeiroso e instigante. A personagem objeto da pesquisa,
além de apresentar uma vasta e diversificada produção acadêmica, também atuou
em centros de referência em Psicologia, junto a tantos outros personagens, como
também foi responsável pela formação de uma escola de sucessores. Foram selecionados,
para esse artigo, trechos de entrevista realizada em 1983(4)
e trechos da análise realizada para elaboração de tese supra citada, permitindo
assim, um olhar singular diante da herança deixada por essa psicóloga na história
da Psicologia brasileira.
Os passos para constituição do vídeo documentário(5)
De início, duas frentes de pesquisa foram acionadas para
que fosse possível uma incursão mais aprofundada na vida e obra de Doutora Aniela.
Uma que se refere à história pessoal dessa psicóloga, contada com base em depoimentos
de colegas de trabalho e amigos(6); outra
baseada na análise de documentos, dentre os quais pelo menos três Curriculum
Vitae deixados pela psicóloga, certificados de cursos, diplomas, homenagens
e títulos recebidos, fotografias, discos de vinil, cartas, livros, artigos.
O conjunto das entrevistas realizadas e todos os documentos que compõem o inventário
de Doutora Aniela foram de extrema valia para a construção da cronologia que
deu suporte para o desenvolvimento do roteiro do vídeo.
Uma segunda vertente explorada diz respeito ao percurso
profissional e acadêmico da personagem, onde foram destacados temas específicos
tais como atuação em diversas instituições onde o serviço de psicologia acontecia
predominantemente através da psicologia aplicada, sua marcante participação
em congressos nacionais e internacionais com apresentação de resultados de pesquisas,
seu envolvimento com projetos de pesquisa intra e interculturais, sua participação
e responsabilidade frente à criação do curso de pós-graduação em Psicologia
Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo junto com Joel Martins
e Silvia Tatiana Maurer Lane. Relativo ainda a essa segunda frente, foi realizada
uma segunda entrevista coletiva com alunos que usufruíram de bolsa de estudo
ou prêmios concedidos pela Fundação Aniela e Tadeusz Ginsberg(7),
herança deixada pela psicóloga com objetivo de proporcionar aos mesmos uma extensão
na sua formação, através principalmente da participação em projetos de pesquisa.
Complementam e ilustram o documentário, trechos extraídos
da entrevista que faz parte do conjunto que compõe o Projeto Memória Oral da
Psicologia(8), narrados por uma atriz.
A Psicologia no Brasil na década de 30
O país encontrava-se em plena expansão industrial, principalmente
fabril, mas ao mesmo tempo muito carente em recursos humanos qualificados. Um
novo momento histórico era descortinado, pautado pelo objetivo de implementar
o processo de industrialização no Brasil, com vistas à substituição de importações.
Antunes (1999)(9),
ao elaborar um "Quadro de Referências sobre a História da Psicologia no Brasil:
1930-1962", aponta um número reduzido de instituições que possuíam laboratórios,
sinal de que os psicólogos ainda trabalhavam em condições precárias e com pouca
projeção dentro do que em breve viria a ser a Psicologia: uma ciência em plena
expansão, caminhando para a regulamentação da profissão e para o estabelecimento
de cursos específicos para formação de seus profissionais. Sua argumentação
ainda orienta para a afirmação de que a Psicologia agiu, nessa época, sobre
o "fator humano" da administração industrial, sobretudo na seleção de pessoal
e orientação e instrução profissionais. A ciência psicológica, então, tornou-se
não apenas fundamentação teórica, mas também produtora de técnicas auxiliares
à aplicação da administração científica e da racionalização do trabalho, haja
vista a existência do "movimento dos testes" iniciado na década de 20, como
também a orientação profissional, a qual buscava demonstrar a lucratividade
da aplicação da Psicologia com a idéia de encontrar "the right man in the right
place".
É este o cenário encontrado pelo casal Ginsberg quando chega ao Brasil. Fixam
residência na Alameda Santos e iniciam sua vida no país que os acolhe.
Aniela Meyer-Ginsberg: dados biobibliográficos (1902-1986)
"Freqüentei o colégio estadual,
terminei e depois entrei na Universidade de Varsóvia. No começo estudei História
da Literatura, mas me encantou um professor de Psicologia. Passei então para
a Psicologia e lá terminei o mestrado com uma tese sobre o medo, influenciada
por meus colegas mais velhos, que viveram e participaram da 1a. Guerra. Profissionalmente,
comecei a trabalhar ainda em Varsóvia, em uma organização de aprendizes para
algumas especialidades. Depois casei-me, vivi na Itália e voltei para Varsóvia,
onde fiz o doutoramento"(10)
A formação acadêmica de Aniela Meyer-Ginsberg -graduação
e pós-graduação-ocorreu na Europa no final dos anos 20, início da década de
30. Em 1927 concluiu Mestrado em Filosofia na Universidade de Varsóvia, obtendo
o título Magister Philosophie e nesse mesmo ano realizou uma viagem de estudos
à Alemanha, tendo oportunidade de estudar com Max Wertheimer, Wolfgang Köhler
e Kurt Lewin, em Berlim, e com William Stern, Martha Muchow e Heinz Werner,
em Hamburgo. Em 1933 defende, na Universidade de Varsóvia, o título Doctor Philosophiae.
Doutora Aniela chega à cidade de São Paulo em 1936, vinda
da Polônia, acompanhando seu marido, que trabalharia em uma instituição financeira.
Com doutorado em Filosofia, fato significativo na década de 30, no país, pois
ainda eram muito raros os profissionais com esse título - logo inicia suas atividades
como psicóloga. Foi em São Paulo que teve início o desenvolvimento da carreira
profissional da psicóloga, colaborando com Noemy da Silveira Rudolfer, no Laboratório
de Psicologia Educacional do antigo Instituto de Educação "Caetano de Campos",
já em 1936, na realização de pesquisas.
"Noemy me facilitou a entrada na vida brasileira, trabalhamos
muito juntas. Entrei na Escola de Sociologia e Política a convite da Noemy,
que lá dava aulas. Noemy me propôs que desenvolvesse pesquisas enquanto ela
dava aulas. Comecei meu trabalho mais científico com Noemy".
Na Escola Livre de Sociologia e Política, criada em 1933
para formação de profissionais na área das Ciências Sociais-"funcionários técnicos
que, seguindo a carreira administrativa, tanto pública como particular, concorr[eri]am
para aumentar a competência das administrações"(11),
dirigiu o Laboratório de Psicologia Social anexo à referida cadeira, entre 1937
a 1940. No início dos anos 40 trabalhou, junto com Betti Katzenstein, na organização
e funcionamento do Centro de Orientação Profissional do Instituto de Organização
Racional do Trabalho (IDORT-SP)(12), no
qual ficaria ligada até 1958, apesar de algumas interrupções. Também no Laboratório
de Psicologia da cátedra de Psicologia Educacional da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, doutora Aniela e Betti desenvolvem
um estudo sobre a influência do ambiente social na origem de casos problema
e esse encontro foi o início de uma amizade e parceria profissional que perdurou
por toda vida. Ainda nesse período, atuou como Técnica da Divisão de Seleção
e Orientação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-SP),
utilizando-se sobretudo da Psicologia Aplicada à organização do trabalho. Com
Ítalo Bologna, Oswaldo de Barros Santos, Nelson Campos Pires e especialistas
estrangeiros como Robert Veit, Betti Katzenstein fazia parte do corpo de profissionais
que compunham a Divisão de Seleção e Orientação Profissional do SENAI, grupo
considerado, segundo Lourenço Filho e Pfromm Netto, um dos responsáveis pela
implementação e consolidação da aplicação da psicologia à organização do trabalho
no Brasil. Publicou artigos sobre Psicologia do Anúncio, o Psicodiagnóstico
de Rorschach e a distância social entre os escolares em revistas como os Arquivos
Brasileiros de Psicotécnica, Boletim de Psicologia, Revista do Arquivo, Psychological
Bulletin e Journal de Psychiatrie Infantile, entre outros, além de ter participado
da 1ª. Jornada Brasileira de Psicologia (1943), organizada por Helena W. Antipoff,
em Belo Horizonte e do 1º. Congresso Paulista de Psicologia, Neurologia, Psiquiatria,
Endocrinologia, Medicina Legal e Criminologia (1938), em São Paulo, entre outros.
Em 1946 desvincula-se do IDORT porque seu marido é transferido para Salvador
(BA) e enquanto lá reside, ministra cursos sobre técnicas de aplicação de testes
e mensuração de diferenças individuais na atual UFBA (BA). Em 1948, por força
do trabalho do senhor Tadeusz, mudam-se para o Rio de Janeiro e lá integra o
corpo científico do Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP-RJ)
da Fundação Getúlio Vargas, instituição que se caracterizava por ser aberta
ao público para exames de orientação educacional e profissional.
Psiquiatria, Endocrinologia, Medicina Legal e Criminologia
(1938), em São Paulo, entre outros. Em 1946, desvincula-se do IDORT porque seu
marido é transferido para Salvador (BA) e, enquanto lá reside, ministra cursos
sobre técnicas de aplicação de testes e mensuração de diferenças individuais
na atual UFBA (BA). Em 1948, por força do trabalho do senhor Tadeusz, mudam-se
para o Rio de Janeiro e lá integra o corpo científico do Instituto de Seleção
e Orientação Profissional (ISOP-RJ) da Fundação Getúlio Vargas, instituição
que se caracterizava por ser aberta ao público para exames de orientação educacional
e profissional.
"No Rio de Janeiro, quando trabalhei no ISOP no laboratório
de Mira y Lopes, que se restringia ao uso de poucos métodos e testes, coube-me
o Rorschach. Acho que, entre as pessoas que conheci, Mira era quase genial,
brilhante, interpretava os testes muito rapidamente, tanto que eu achava impossível
acompanhá-lo".
No final dos anos 40 e início dos anos 50, já naturalizada
brasileira e morando em São Paulo novamente e por definitivo, é convidada pelo
médico e psiquiatra Enzo Azzi para organizar e dirigir o Centro de Orientação
Psicológica do Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (IPPUC-SP). Esse período para a Psicologia brasileira foi marcado
pela criação de muitas instituições, cursos, cátedras - tudo isso gerando uma
intensa movimentação na área da psicologia aplicada às relações do trabalho,
como também marcado pelo surgimento de entidades associativas, cursos e periódicos
na área. Doutora Aniela filiou-se, na época, à Sociedade de Psicologia de São
Paulo e passa a publicar com regularidade no periódico dessa comunidade, o Boletim
de Psicologia. Começa freqüentar com regularidade congressos e jornadas científicas,
nacionais e internacionais - prática que nunca abandonou, chegando a ser eleita,
com Arrigo Leonardo Angelini, representante da Associação Brasileira de Psicólogos
nas assembléias da International Union of Scientific Psychology (IUPS) pelo
período 1966-1972. Participou ativamente da Sociedade Interamericana de Psicologia,
na qual exerceu o cargo de vice-presidente para a América do Sul (1973, 1974)
e era filiada a duas associações internacionais: a de Psicologia (IAP) e a de
Psicologia Aplicada (IAAP). Participou de 12 eventos científicos no período,
metade deles no exterior. Suas publicações versavam sobre pesquisas relacionadas
com o Psicodiagnóstico de Rorschach, a diversidade étnica e social, a orientação
profissional e sobre uma investigação relacionada com ladrões habituais, no
Boletim do Instituto de Psicologia Experimental e Educacional (1952-54), posteriormente
a Revista de Psicologia Normal e Patológica (1955-73). Escreveu, em 1953, capítulo
intitulado "Psicologia Diferencial" no livro organizado por Otto Klineberg,
A Psicologia Moderna, que marcou época no desenvolvimento da Psicologia no nosso
meio.
Dos anos 60 a 80 continuou publicando trabalhos sobre
o Psicodiagnóstico de Rorschach e realizou pesquisas com imigrantes e migrantes,
as quais deram origem ao livro de sua autoria Um Estudo Psicológico de Imigrantes
e Migrantes, publicado em 1964. Além disso, participou em bancas examinadoras
de cursos de especialização, mestrado, doutorado e concurso de Livre-Docência
e de professor titular nesse período, como também orientou monografias, dissertações
e teses. Apesar de ter assumido atividades de docência, cargos administrativos
e diretivos, continuou publicando e participando continuamente de eventos científicos.
Por meio da análise e interpretação dos dados, pode-se destacar aspectos da
carreira de Aniela Ginsberg, principalmente sua dedicação à pesquisa na área
de Psicologia Social, deixando claro o efetivo aporte da psicóloga para o desenvolvimento
de uma Psicologia Social brasileira e para o desenvolvimento de uma tradição
séria e inovadora de pesquisa no país. Doutora Aniela fazia uma Psicologia Social
diferenciada, dado que transitava em outros campos, como a Sociologia, Antropologia,
Medicina, levando-nos a inferir que a pesquisadora já antecipava os caminhos
que a Psicologia Social viria a percorrer; ou seja, voltada a dialogar com problemas
da realidade brasileira e dialogando com as ciências afins. Vem corroborar com
essa afirmação o empenho de Doutora Aniela na constituição do pós-graduação
em Psicologia Social com o professor Joel Martins e Silvia Tatiana Maurer Lane,
já que o Instituto de Psicologia deixa de existir no início dos anos 70 e era
necessário garantir aos alunos a continuidade de suas pesquisas. Em 1978 publica
seu segundo livro Um Estudo Inter e Intracultural: Atitudes e Personalidade
de Universitários, fruto de uma pesquisa extensa que reuniu quatro grupos de
nacionalidades distintas: italianos, poloneses, japoneses, brasileiros.
Em seus primeiros vinte anos na PUC-SP, Aniela Ginsberg
foi, além diretora do Centro de Orientação Psicológica (1952-59), vice-diretora
da Clínica Psicológica (1959-62) e diretora do Departamento de Pesquisa (1962-72),
professora na área de Técnicas de Exame Psicológico no curso de Psicologia da
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de São Bento (FFCL de São Bento). Lecionou,
em especial, Técnicas Projetivas e se tornou reconhecida internacionalmente
como eminente pesquisadora em Rorschach, sobre o qual publicou, no Brasil e
no exterior, pelo menos doze artigos.
Sua contribuição para a especificidade de uma Psicologia
Social brasileira e até mesmo latino-americana deve-se, sobretudo, pelo esforço
constante de adequação das técnicas, métodos e temas da psicologia internacional
para estudar as especificidades do contexto brasileiro, como também seu interesse
no estudo das diversas identidades e grupos, que é o que mais caracteriza o
contexto latino-americano, especialmente o brasileiro, fazendo uso de método
comparativo em suas investigações.
Freqüentadora assídua de congressos internacionais, participou
dos Internacionais de Psicologia desde 1951, dos Internacionais de Psicologia
Aplicada desde 1953, dos Interamericanos a partir de 1959 e do Internacional
de Psicologia Transcultural desde o primeiro, em 1974, sempre expondo suas pesquisas
nos mesmos e representando a Psicologia brasileira na comunidade científica.
Podemos afirmar que o fato de sua participação ativa
em congressos nacionais e internacionais ao longo de mais de quarenta anos,
especialmente nas décadas de 50, 60 e 70, na maioria deles expondo pesquisas
desenvolvidas, vem confirmar sua maturidade nesse período, onde encontramos
o maior número de publicações.
"Sempre me interessei por seres humanos em diversas situações
sociais. Trabalhei em uma pesquisa sobre o levantamento dos emigrantes e imigrantes,
o que muito me interessou porque também sou imigrante. Pesquisamos também os
movimentos migratórios de nordestinos. Esse foi um dos maiores estudos feitos
por mim. Nas minhas atividades há predominância de pesquisas. Eu fazia, dava
aula, era chefe aqui, mas sempre pesquisei. Faz dez anos que estou aposentada
da PUC mas continuei a trabalhar com menor carga horária, a fim de me dedicar
principalmente à pesquisa".
Entre prêmios e outras homenagens, Doutora Aniela recebeu
em 1979 a medalha do "Centenário da Psicologia Científica" do CRP-06; em 1980,
três homenagens: o diploma de Honra ao Mérito do Sindicato dos Psicólogos de
São Paulo, a titularidade, na Academia Paulista de Psicologia, da Cadeira n.
11, cujo patrono é Roger Bastide e o título de Psicóloga do Ano do CRP-06; em
1982, o diploma de Honra ao Mérito do Conselho Federal de Psicologia; e em 1985
uma homenagem dos organizadores do Congresso Latino-Americano de Rorschach e
o título de professor emérito da PUC-SP. Ao assumir a PUC-SP, de 1952 a 1973,
Aniela Ginsberg vai se dedicar até o final da vida ao ensino e à pesquisa. A
partir de 1973, aposentada, tem um contrato mais brando, com tempo para orientação
de teses, para ministrar cursos (no mestrado e depois no doutorado) e coordenação
de pesquisa. Falece em São Paulo aos 84 anos, em 3 de agosto de 1986.
Bibliografia
ANTUNES, M. A. M. A Psicologia no Brasil: leitura histórica
sobre sua constituição. São Paulo: UNIMARCO/EDUC, 1998.
ANTUNES, M. A. M. e colaboradores "Quadro de Referências
sobre a história da psicologia no Brasil: 1930-1962". Psicologia Revista São
Paulo, n.8, p.97-132, 1999.
AZEVEDO, M.L.B. A Obra de Aniela Meyer-Ginsberg: uma
contribuição para a História da Psicologia Social no Brasil. Tese de Doutorado,
PUC-SP, 2002.
CAMPOS, R.H.F. (Org.) Dicionário Biográfico da Psicologia
no Brasil- Pioneiros. Rio de Janeiro: Imago; Brasília: CFP, 2001.
LIMONGI, F. "A Escola Livre de Sociologia e Política
em São Paulo". In: MICELI, S. História das Ciências no Brasil. São Paulo: Vértice,
Editora Revista dos Tribunais: IDESP, vol.1, p.218-9, 1989.
GINSBERG, A M (fita cassete) Projeto História Oral da
Psicologia . Academia Paulista de Psicologia/Museu da Imagem e do Som/Arquivo
Histórico do Estado de São Paulo, 1983.
NÚCLEO DE ESTUDOS EM HISTÓRIA DA PSICOLOGIA- NEHPsi Apontamentos
para uma História de Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (1972-2002). São Paulo, 2002.
* Mônica Leopardi Bosco de Azevedo, doutora
em Psicologia Social pela PUC-SP; membro do Núcleo de Estudos em História da
Psicologia da PUC-SP
1. Durante a gestão 1998-2001 esse Grupo foi constituído
pelos profissionais Carmem Silvia Rotondano Taverna, Fernão Ciampa, Luís André
do Prado, Maria Fernanda C. Waeny, Marilda Castelar e Mônica Leopardi B. Azevedo.
Também participaram das reuniões e atividades desse GT as psicólogas Ana Cláudia
J. Aleotti, Lia Baraúna, Lilia M. S. Pinto dos Santos, Rita de Cássia M. Rapold
e Solange L. de Oliveira; e os estudantes de psicologia Cláudia de Paula e Silva,
Mariana M. Euzébio e Thiago Endrigo da Silva.
2. AZEVEDO, M.L.B. A Obra de Aniela Meyer-Ginsberg:
uma contribuição para a História da Psicologia Social no Brasil. Tese de Doutorado,
PUC-SP, 2002.
3. Optou-se, nesse texto, pelo informal Doutora
Aniela.
4. A única entrevista existente gravada em áudio
de Doutora Aniela Ginsberg pertence à Academia Paulista de Psicologia, Projeto
Memória Oral da Psicologia, em parceria com o Arquivo do Estado e com o Museu
da Imagem e do Som, realizada em 1983 nos estúdios do referido museu, sob coordenação
de Samuel Pfromm Netto e colaboração de Mathilde Neder e Nelson Campos Pires.
5. Os profissionais envolvidos na consecução do
documentário são: Fernão da Costa Ciampa: Direção; Júlia Malvezzi: Assistente
de Direção; Mônica Leopardi Bosco de Azevedo: Pesquisadora; João Abdalla: Roteirista;
Marcelo Muller: Assistente de Roteiro; Cristian Bueno Garcia: Edição; Marcelo
Santa Rosa, Cristian Bueno Garcia e Fernão da Costa Ciampa: Câmeras.
6. Participaram dessa entrevista coletiva os profissionais
que conheceram, trabalharam ou estudaram sobre a obra deixada por Doutora Aniela.
São elas: Maria do Carmo Guedes, Margarida Maria Pompéia Gioielli, Mônica Leopardi
Bosco de Azevedo, Odette de Godoy Pinheiro, Regina Sonia Gattás Fernandes do
Nascimento, Rosa Maria Stefanini de Macedo e Sheila Regina de Almeida.
7. Participaram dessa segunda entrevista coletiva
as psicólogas Deborah Moss, Joana Lopes Garfunkel, Ludmila Gonçalves de Souza,
Mariana Beluzzi Ferreira, Marilde Batista, Thaís de Souza Teixeira.
8. Vide nota de rodapé 4.
9. ANTUNES, M. A. M. E colaboradores "Quadro de
Referências sobre a história da psicologia no Brasil: 1930-1962". Psicologia
Revista São Paulo, n.8, 1999, p.97-132.
10. Os escritos que se seguem em itálico foram
extraídos da entrevista em áudio realizada com Doutora Aniela em 1983.
11. LIMONGI, F. "A Escola Livre de Sociologia
e Política em São Paulo". In: MICELI, S. História das Ciências no Brasil. São
Paulo: Vértice, Editora Revista dos Tribunais: IDESP, vol.1, 1989, p.218-9
12. Órgão que surge para atender às exigências
advindas das mudanças que ocorreram na década de 30 no mundo das relações de
produção, com a expansão das empresas fabris, o taylorismo e seus modos científicos
de administrar essas relações.